quinta-feira, 11 de março de 2010

ANA SIMÕES DA COSTA






COLABORAÇÃO DE ALBERTINO ALEXANDRE MACIEL

ANA SIMÕES(Nane), minha mãe, casou-se três vezes. A primeira foi com um tio dela, para impedir que ele fosse para o Amazonas, coisa comum na época. O enlace desfez-se logo na igreja, pois tudo acabou com: - um saindo por uma porta e o outro por outra. O casamento não impediu que ele fosse para o Acre, certamente ainda deixando-a na virgindade.
O segundo casamento foi com meu pai, Raimundo Nonato Maciel, que não teve a quiescência da minha avó Sinhazinha. Ela, minha avó, julgava-o incapaz de enfrentar a agricultura. Poucos anos depois do enlace, faleceu, deixando dois filhos: Vicência, que partiu desta ,em tenra idade, e eu, ALBERTINO.
O terceiro casamento de minha mãe, Nane, foi com Miguel Rodrigues Coelho. O casal teve os seguintes filhos: JOÃO, ALUÍSIO, LUÍS, PAULO, RAIMUNDA E MARIA.
RAIMUNDA SIMÕES GREGÓRIO: - casada com cidadão equilibrado, Vicente Gregório do Amaral, foi fiscal da Prefeitura de Aurora, com bons serviços prestadols à edilidade. Transferiu-se para Fortaleza, onde exerceu um comércio em companhia de um irmão.
São seus filhos: - Caita, Francisca Paula, Maria Auxiliadora, Maria Aparecida, Tadeu, Cicinho e Newton.

MARIA SIMÕES ALBUQUERQUE: - foi casada com Felizardo Alves de Albuquerque, alto comerciante em Aurora, e depois em Fortaleza. Deixou, depois de sua morte, uma plêiade de jovens, todos formados, como se segue: José Neco, medico anestesista; Lenilza, farmacêutica; Lisalma, professora; Lailzinha, formada em Direito e Fátima, formada em Farmácia.
Eu, ALBERTINO ALEXANDRE MACIEL, sou fruto do segundo casamento de NANE com Raimundo Nonato.
Por conveniência fui morar com minha avó, Sinhazinha, em Caiçara, após o terceiro casamento de minha mãe. Lá, a vida era bonançosa. Minha avó dispunha de certo recurso e tudo corria às mil maravilhas.
Com sua morte, no ano de 1918, vi-me obrigado a me transferir para Aurora, em busca de instruções, na casa do meu avô paterno, Luís Gonçalves Maciel, que era professor. Agradeço piamente tudo que me foi ministrado, mas não concordo com a rispidez com que eu era tratado, acostumado que era, com o carinho de vó Sinhazinha. Tudo, porém, acabou-se com a voragem do tempo.
Um dia, como que por um milagre divino, entendi de ir para o Seminário. Daquele instante em diante, não me faltou mais nada. Minha mãe, NANE, adorou minha resolução. E, não tendo condições de me colocar naquele Educandário, escreveu para seu irmão, JOSÉ ALEXANDRE, que morava em Fortaleza, pedindo ajuda. Ele prontamente atendeu a ela, enviando 50 mil réis. Com essa ajuda, ela me preparou de tudo, e eu, no tempo devido, me encaminhei ao Seminário do Crato, onde permaneci por 7 anos letivos. Um pequeno imprevisto aconteceu naquela época. A Coluna Prestes invadiu o Cariri, e o vigário de Aurora mandou um bilhete ao papai Miguel(meu padrasto), cujo teor era:- "Compadre Miguel, vá ou mande a toda pressa chamar Albertino e os meninos, pois os revoltosos invadiram o Cariri, e não é conveniente a ida deles agora". Voltamos, imediatamente, demorando mais ou menos 10 dias para seguir viagem.
A permanência no Seminário foi para mim, muito útil. Além de receber instruções linguísticas, aprendi a respeitar e ser respeitado. Aprendi a ser gente.
A minha vocação, depois de certo tempo estava fraquejando. Eu possuia alguns dotes sacerdotais, mas os mais necessários não me eram suficientes, e daí a fraqueza da vocação. Ela arrefeceu ainda mais com a minha presença no meio feminino, que foi uma gota d'água para abandonar a batina. Mesmo com o desejo de deixá-la, me conduzi à Fortaleza, entrando no Seminário da Prainha, passando ali, apenas 2 meses. Toda minha família condenou minha atitude, mas, no foro íntimo de cada um, ninguém pode mandar.
Fiquei então, na casa do TIO JOSÉ, procurando emprego, sem conseguir, até que certo dia, Monsenhor Antônio Tabosa Braga, muito amigo de meu tio, disse-lhe:-"JOSÉ ALEXANDRE, tem uma vaga de prefeito de disciplina, no Ginásio de Mossoró. Pergunte a seu sobrinho se ele quer." Eu fui logo consultado e aceitei com muito entusiasmo. No mesmo dia embarquei no navio chamado Poconê, em direção à Areia Branca.
Chegando no ancoradouro, desembarquei e me dirigi a um hotel, por sinal de Dona Raimun dinha. Alí, permaneci o resto do dia e a noite, seguindo no trem de Porto Franco, até o destino pretendido-Mossoró.
Fui recebido com muita atenção, e logo fiquei sabendo que receberia 90 mil réis mensais, com direito a refeição e dormida.
Passei a trabalhar como prefeito de disciplina e como professor do Curso de Admissão.
Após 1 ano naquela atividade, transportei-me para Areia Branca, como contratado da firma F.Souto, e depois passei a trabalhar por conta própria.
Permaneci naquela cidade por 20 anos. Consegui entrar no Lloyd Brasileiro, graças à influência do Sr.Celso Dantas, primo legítimo da minha esposa, Veriana, com quem me casei em 1938.
Nosso casamento já faz 63 anos, e , durante todo esse tempo, vivemos harmoniosamente.
Da nossa união, nasceram vários filhos, todos rio-grandenses do norte, menos, José Wellington que é pernambucano.
São meus filhos: Jackson, José de Anchieta, Paula Franssinete, Anamélia, Albertino Filho (Maciel), Wellington, Newton e José Wellington.
São filhos de:
JACKSON.......................Érika e Tereza
FRANSSINETE.............Alexandre, Ana Paula e Ana Karina, essa última, mãe de LUCAS, meu
primeiro bisneto
ANAMÉLIA....................Carlinhos e Bruna
MACIEL..........................Alexandra, Marcela, Renata e Leonardo
NEWTON........................Mayumi e Terume
JOSÉ WELLINGTON...Gustavo e Mariana.

Dos 63 anos de casamento com Veriana, 20 deles vivi em Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Atualmente, com os meus 90 janeiros, continuo residindo em Recife, cidade que adotei. Vivo muito feliz ao lado de minha esposa, com o carinho de meus filhos, netos e do mais novo da família, meu querido bisneto, LUCAS.

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