quinta-feira, 15 de abril de 2010

ESTELITA ALEXANDRE ROLIM



MATRIARCA


Naquele 18 de maio de 1918, Deus fazia nascer à Rua Tereza Cristina, 1782, em Fortaleza, a mais linda das flores do Jardim dos Rocha Alexandre.
Chegava ao mundo, embalada pelos anjos e querubins, o quinto rebento de Zé Alexandre e Marieta.
Havia despertado, naquele dia, o seu mais lindo botão de rosa, feito mulher.
Nascia ESTELITA...aquela criança que, com o passar do tempo, se trasnformaria numa linda jovem e revolucionaria toda a família, com os 12 filhos que haveria de gerar.
Sua infância foi cercada de muito amor e carinho, ao lado de seus pais e irmãos, sem falar na pessoa especial que foi a Comadre Chiquinha, uma velha amiga da família, que acompanhou de coração, toda a trajetória da menina, da moça e da mulher que foi ESTELITA, e que com ela vibrou em todos os seus momentos de dor e alegria.
ESTELITA fez seus estudos no Colégio da Imaculada Conceição, juntamente com suas irmãs.
Teve também suas aulas de piano, pois isso fazia parte do currículo das "moças de bem" da época.
Pouco namorou. Talvez seu marido, tenha sido o seu primeiro amor.
Dizem, que ao chegar por aquelas redondezas o jovem João - O Rolim de Senador Pompeu, como ele se apresentava- seu coração pulsou mais alto. Foi amor à primeira vista... Aquela bela jovem, também, arrebatou o coração daquele lindo mancebo...e foi correspondida. Fizeram juras eternas...
Casaram-se.
Ela, muito jovem, inexperiente e muito ingênua, foi morar próximo a seus pais, para deles receber orientação pra nova vida, que naquele momento iniciava.
A primeira residência do casal, foi à Rua Domingos Olímpio, vizinho à casa de seu irmão, Anthenor (já casado na época), em imóvel de propriedade de seus pais.
Nasceu sua primeira filha, Marlene. Os avós maternos ficaram encantados com a chegada daquela bebezinha.
No ano seguinte, uma outra nenenzinha chegava...
Para aliviar um pouco sua filha ESTELITA, com os ofícios da maternidade, Zé Alexandre e Marieta trataram de levar, provisoriamnete, a primogênita para o seu convívio. Puro engano de "provisoriamente"... Outras crianças foram nascendo, e a pequena, Marlene, continuou na responsabilidade dos avós maternos.
Foram 12, os filhos gerados pelo casal ESTELITA e JOÃO ROLIM. Onze deles vieram ao mundo ajudados pelas mãos da "Chica Serafim", uma santa parteira da época.
Cada filho que chegava, trazia uma alegria a mais para o casal. Todos eram bem vindos.
Aquela mulher de físico frágil, cada vez mais se desdobrava nos afazeres domésticos e na educação daquelas crianças, pois a luta a cada dia aumentava, Ela tudo fazia pra dar conta do trabalho, que, àquelas alturas já pesava nos ombros da criaturinha que era.
Deus lhe deu forças e a ajudou, fazendo vir sua cunhada Maria, morar com o casal, para dividir com ESTELITA a labuta da casa.
As coisa melhoraram...Já crescidos, os filhos começaram tamb ém a lhe ajudar, com o fim de tornar mais leve o trabalho daquela mãe tão querida e tão abnegada.
A luta e a vida árdua não abalaram, porém o amor de JOÃO e ESTELITA! Ao contrário...parecia crescer a cada dia.
Com tanta gente a solicitar a atenção do casal, isso não os perturbava; sempre havia um tempinho pra namorar, sentados na calçada, nos finais das tardes (muitas vezes de mãos dadas), a segregar juras, cujo conteúdo só a eles pertenciam.
ESTELITA foi uma guerreira. Tudo entregou de si para o bem estar da família, não exigindo nada em troca. Bens materiais?... foram coisas raras na sua existência de casada, acostumada que foi no passado a uma vida farta e confortável na companhia dos pais. A tudo renunciou, sem queixas, em nome de um verdadeiro amor.
Teve uma vida sacrificada e sem "maciês", por muito tempo. Isso não a impedia de ser alegre. Sua felicidade estava acima do material.
Pouco a pouco, lhe foi sendo restituído tudo que lhe era de direito. Com os filhos adultos e o alívio nas despesas, ela começou a usufruir das benesses de uma vida mais amena e de mais lazer.
ESTELITA sempre foi uma pessoa risonha, comunicativa, mas também muito ingênua. Em sua alma só havia lugar para o amor, por isso foi uma mulher de muita sorte. Merecia o marido carinhoso e atencioso que tinha. Foi muito amada por ele, e com ele desfrutou o seu último momento de prazer, naquele nefasto passeio a "Cascatinha"; passeio aquele que ela tanto planejou e organizou. Mal sabia ela, que de lá não mais voltaria pra casa, pois sua vida foi interrompida no trajeto da volta.
O que se pode fazer? As coisa de Deus, só a Ele diz respeito...não há explicação.
A dor tomou conta de todos nós, mas a esperança de uma Vida Eterna, nos conforta e nos dá a certeza de que, num futuro próximo, voltaremos todos a nos encontrar. Isso nos dá força para continuar a viver, cumprindo a nossa missão, sem ela ao nosso lado.

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